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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

BRASIL: UM CELEIRO DE IDÉIAS?

Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem, as palavras da prudência. Provérbios 1:2


O brasileiro é reconhecidamente um povo de características sociais alegres e criativas. Nós nos destacamos em comparação a vários outros países no que se refere à soluções práticas e criativas. Atribui-se isso ao: como se virar com pouco dinheiro!

Tenho comigo que temos a melhor propaganda publicitária do mundo, e os autores mais engenhosos e populares que existem - somos os maiores exportadores de telenovelas do mundo ao lado do México[1] -, chegando ao ponto da educação e direcionamento da opinião pública ser controlada através das telenovelas.

Porém, no tocante à pesquisa e desenvolvimento apesar da inovação em setores emergentes especializados, tais como exploração de petróleo e aeronáutica, o Brasil continua a ser um retardatário de idéias.

Produzimos apenas 1,7% de todo o conhecimento global, em comparação a 8-9% produzido pelo Reino Unido que é muito menor que o Brasil, por exemplo. A pesquisa e desenvolvimento (R & D) no setor privado dos EUA investem 50 vezes mais do que o total no Brasil.

Isso não surpreende: os investidores não vão arriscar seu capital no Brasil quando outras jurisdições oferecem maior proteção para os seus direitos de propriedade intelectual. Em 2010 o International Property Rights Index (Lista de Direitos de Propriedade Internacional) classifica o Brasil em 64.O ao lado de países como Gana e Burkina Faso - dificilmente potências da inovação[2].

Não é coincidência que os países de mais alto índice, como os EUA, o Reino Unido, Suíça e França, tenham programas internacionais de R & D na área farmacêutica, que fornecem benefícios enormes para a economia e sociedade em geral. O Brasil, em contrapartida, limita-se à baixa cópia com o visto de reduzir o valor de invenções de terceiros – como têm ocorrido com as quebras de direitos de propriedade de medicamentos genéricos. Frise-se que esta medida em momentos extremos é necessária, porém indica a falta de investimento nesta área que o Brasil é extremamente competente e auto-suficiente.

Agricultura e indústria têm sido historicamente importantes motores de crescimento para o Brasil, mas, se quiser ter um lugar na mesa superior da economia global, terá que diversificar para além destas indústrias de baixo valor agregado. Como, por exemplo as já citadas indústrias de produtos farmacêuticos, a pesquisa aeroespacial e a biotecnologia.

Para o Brasil realmente colocar-se de igual ante à economia mundial, precisa começar a preparar seu time de ataque para marcar um gol. Investir nas idéias que o criativo povo brasileiro já possui e incentivar aquelas que virão.

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